Aqueles que compreendem a importância do IPO para uma empresa podem se beneficiar por conhecer o ICO — Initial Coin Offering. Semelhantes em proposta, a segunda opção está ligada ao universo das criptomoedas ou cripto-tokens.
Com o crescimento e popularização desse tipo de processo virtual, é interessante saber todo o possível sobre o assunto. O universo das criptomoedas ainda é nebuloso para alguns. Porém, a inovação trazida por ele não deve ser ignorada.
O mercado financeiro global precisou se adaptar a esse novo tipo de ativo e muitos continuam lucrando com suas transações. Se você deseja saber mais sobre o tema, não deixe de prosseguir com sua leitura!
O que é ICO?
Em poucas palavras, o ICO é uma forma de financiar projetos de desenvolvimento de criptomoedas. A partir do levantamento financeiro consequente da operação, os desenvolvedores angariam o capital necessário.
Isso acontece por meio de uma troca: os investidores recebem o novo ativo e pagam por ele por meio do Bitcoin ou Ethereum. O processo existe desde 2013 e promete dominar novos investimentos em títulos e ações.
Origem
Presume-se que o primeiro ICO que distribuiu fundos e que veio a público foi o da empresa Ripple Labs. A organização, que fornece para o mercado soluções de troca de valor virtual, deu origem à chamada IoV — Internet de Valor.
Ela desenvolveu um sistema de pagamento (de nome, também, Ripple) e vendeu tokens criados por ela mesma para financiar sua plataforma. Cerca de 100 bilhões de XRPs foram negociadas.
Outros exemplos de ICOs relevantes foram os das empresas Lisk e Ethereum, sendo essa última a mais famosa. Todo o processo citado, porém, só se tornou possível em função de Satoshi Nakamoto, que criou o Bitcoin. Ele foi lançado em 2009.
Destaques
A Ethereum se destaca por ter se tornado, por meio das vendas de sua própria criptomoeda, um dos maiores cases de “crowdfunding” de seu universo. Ela levantou cerca de $ 20 milhões, que financiaram a ETH e a plataforma. O termo ideal a ser utilizado, na verdade, é o crowdsale. Ele se diferencia do crowdfunding por não ser advindo de doações.
Na ocasião, cada ETH foi vendida por 0.0005 Bitcoin. Essa transação foi tão importante que abriu as portas para ICOs que revolucionaram o mercado, como a da própria Lisk, citada acima.
Como o ICO funciona?
As negociações referentes ao ICO costumam ser feitas em fóruns voltados para criptomoedas. Um dos mais famosos existentes é chamado de Bitcointalk.
A cada tópico, os desenvolvedores e interessados na Initial Coin Offering coletam informações para decidir se o processo vale a pena ou não para eles, como:
- equipe envolvida no projeto;
- whitepaper, que reúne informações comerciais, financeiras e dados sobre a criptomoeda;
- diferenciais e características especiais;
- etapas necessárias para o desenvolvimento;
- cronogramas etc.
Endereço virtual
Aqueles que desejam investir pagam em Bitcoin. É usado um endereço público e global ou contas exclusivas — a depender da preferência do negociante. Os que optam pela segunda alternativa garantem, para si, um endereço exclusivo.
Tempo
O período para finalizar as ofertas, outro dado importante sobre o funcionamento do processo, tende a variar bastante. Costumam ser separadas algumas semanas para angariar os fundos, mas é possível encontrar ICOs que ficam abertas por meses.
Valores
É comum que os negociadores limitem uma quantia máxima a ser recebida. Dela, a maior parte é direcionada para o desenvolvimento propriamente dito da criptomoeda.
Já o restante é divido entre publicidade, divulgação, recompensas e o lucro dos desenvolvedores. Quando o ICO é finalizado, o investidor recebe suas moedas. A partir daí, é possível guardá-las, trocar por outras opções ou vendê-las assim que forem listadas por exchange.
Regulamentação
As plataformas e criptomoedas envolvidas em um processo de ICO são amparadas pela tecnologia blockchain. Ela permite transações autoexecutáveis, que não podem ser interrompidas ou modificadas, utiliza uma rede descentralizada, garante anonimato e é bastante segura.
A principal rede de blockchain para negócios conhecida é a Ethereum. Ela, como a maioria, trabalha com código aberto. Isso significa que qualquer pessoa pode criar sua moeda digital e iniciar, após seu desenvolvimento, um ICO.
Para tal, é utilizado o documento Ethereum Smart Contract. O protocolo por trás dele faz com que os ativos digitais que serão transferidos entre as partes de uma negociação sejam regulados e que a troca seja facilitada.
É interessante destacar que na Coreia do Sul e na China os ICOs são proibidos. Países como Reino Unido e EUA aumentam a supervisão regulatória a cada ano, uma vez que, com tantos avanços tecnológicos, algumas lacunas legais ainda são encontradas.
No Brasil, não há regulamentação de nenhuma entidade governamental. Por esses motivos, é muito importante tomar cuidado para aproveitar o melhor desse tipo de investimento.
Vale a pena investir em criptomoedas?
A promessa por trás do investimento em criptomoedas é de altas rentabilidades e uma transação simplificada e segura. Isso não significa, porém, que o investimento seja seguro.
Mesmo promissor, diversos cuidados devem ser tomados ao lidar com esse mercado. Ele é extremamente volátil e exige alto grau de conhecimento para ser manuseado.
Ser capaz de analisar as chances de que uma criptomoeda exploda em valor e, assim, resulte em altos ganhos, demanda grande conhecimento do universo das criptomoedas. É preciso, também, que haja feeling para observar a viabilidade tecnológica e empresarial do projeto e não cair em garantias falsas ou fraudes.
Quem conhece o mercado, por outro lado, pode tirar bom proveito do seu conhecimento. A influência do dólar no Brasil, que torna o valor por Bitcoin mais alto por aqui, e a promessa futura de valorização do segmento, podem garantir resultados para os investidores.
De maneira geral, é sempre recomendado estudar sobre as criptomoedas e o ICO, uma vez que as mudanças sofridas na área são constantes. Dessa forma, decisões mais certeiras podem ser tomadas.
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